quinta-feira, 26 de maio de 2011

Prefeito pensa que é o ACM do Recife e que elege até um poste



João Paulo, O ACM de Recife


O ano era 1982. Faltando apenas dois meses para as primeiras eleições diretas a governador após o Golpe Militar, o candidato Clériston Andrade morre na Bahia num acidente de avião. O pajé e megacacique baiano Antônio Carlos Magalhães, que havia lançado Clériston, vai buscar o então desconhecido prefeito de Feira de Santana, João Durval, para substituir o candidato morto. Um repórter novato pergunta: “O senhor não acha que dois meses é pouco para seu novo candidato se tornar conhecido?”. E ACM responde: “Meu filho, na Bahia eu elejo até um poste.” De fato, o poste se elegeu.
Resgato essa passagem real da história política brasileira para falar da postura do prefeito João Paulo (PT) na condução do seu processo sucessório para 2008. Estou começando a achar que JP pensa ser uma espécie de ACM do Recife e que elege até um poste a prefeito da cidade.
No caso, o poste do prefeito João Paulo é o secretário municipal de Planejamento Participativo João da Costa (PT), pois não acredito que a candidatura de Lygia Falcão (secretária de Gestão Estratégica e Comunicação Social) seja para valer.
Foto: Gustavo Bettini/Folha PE
João da Costa, o poste
João Paulo tem manifestado para outros dirigentes partidários que indicará João da Costa, o poste, à sua sucessão de qualquer maneira. No raciocínio de JP, sua própria força política e prestígio no eleitorado seriam suficientes para elegê-lo. O que o prefeito petista não percebe é que está num processo de isolamento acelerado.
Um passarinho socialista de alta patente me contou que o governador Eduardo Campos mandou testar vários nomes (de diversos partidos) na pesquisa que o PSB realizou no começo de junho. Eduardo busca alternativas. “Ele não confia em João Paulo”, cantou o passarinho no meu ouvido.
Afora o PSB, outras forças políticas (incluso as do próprio PT) não aceitarão essa postura de João Paulo passivamente. Se aceitarem formalmente, por falta de opção ou imposição, não se empenharão na campanha. E a hora do troco chegará.
Chegará em 2010, quando JP planeja sair candidato a senador.
Apenas para registro histórico, o baiano João Durval rompeu com ACM e ganhou luz própria. Ano passado, disputando o Senado pelo PDT, Durval derrotou o candidato do ex-PFL (agora DEM) e de ACM, Rodolfo Tourinho.
Te cuida, João Paulo!

 Matéria do Blog Acerto de Contas

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